O prefeito Firmino Filho defende a privatização da Eletrobrás como a solução para o problema energético do estado, alegando que a iniciativa privada tem mais eficiência de gestão.
Ele apontou como exemplo de gestão eficiente a qualidade da energia do Maranhão, depois da privatização da Companhia Energética daquele estado.
É um gestor público, apontado como grande administrador, reconhecendo a incapacidade dos políticos de gerirem a coisa pública.
Mas convém lembrar a esse cavalheiro que não foi a simples privatização da Cemar que garantiu ao Maranhão uma energia de qualidade, mas a presença do maranhense Edson Lobão no Ministério das Minas e Energia e a força política do velho cacique José Sarney.
O Piauí tem uma representação medíocre no Congresso Nacional, com deputados e senadores preocupados apenas com suas próprias conjunturas, sem dar a menor importância a projetos que possibilitem o desenvolvimento do estado.
Quando se fala em um novo aeroporto para Teresina, em vez de um simples puxadinho no acanhado Petrônio Portella, por exemplo, deputados federais e senadores saem logo em defesa do Governo Federal dizendo que é uma obra de bilhões de reais e que leva muito tempo para fazer.
Foram eleitos pelos piauienses para defender os interesses do estado, mas defendem apenas os seus próprios, de modo que nos últimos 60 anos o Piauí só tem recebido esmolas do Governo Federal.
A última grande obra estruturante no estado remonta ao final dos anos 50 e início dos 60, que foi a Barragem de Boa Esperança, até hoje sem suas eclusas, por falta de empenho de nossos representantes federais.
Privatizar a Eletrobrás, portanto, não é a saída. Pelo contrário, isso redundará em abandono de programas sociais como o “Luz Para Todos”. Comunidades pobres e isoladas do estado serão prejudicadas, pois a empresa privada só investe onde há retorno, não tem essa de função social.
A proposta do empresário André Bahia, presidente do Sindicato da Construção Civil, nos parece muito mais sensata. Ele defende a revitalização da Eletrobrás e cobra o empenho de nossa representação federal nesse sentido.
O que nos falta de fato é isso: políticos comprometidos com o interesse coletivo, o desenvolvimento do estado e não apenas com seus interesses pessoais.
Potencial o Piauí tem, faltam os investimentos em infraestrutura, mas com essa bancada do amém que vota, sem tugir nem mugir, em tudo quanto é matéria de interesse do governo e não ousa cobrar nada para o Piauí, é bom esperar deitado pelos recursos que o estado precisa.