A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS

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Solenidade de entrega do título de Cidadão Teresinense ao jornalista Elivaldo Barbosa, da TV cidade Verde, no plenário da Câmara Municipal.

Noite agradável. Galerias tomadas por colegas de profissão e outros amigos do jornalista homenageado, coisa dificil de acontecer nessas ocasiões.

O vereador Rodrigo Martins (PSB), que raramente comparece a sessões solenes e audiências públicas, aproveita para dizer que, em sua gestão, sempre há quórum nas audiências públicas e sessões solenes.

A mentira do vereador socialista era uma resposta a este colunista que, dias antes, havia cobrado da presidência da Câmara Municipal que agisse contra os vereadores gazeteiros com o mesmo rigor que age contra os funcionários da CMT.

Na última segunda-feira, a Câmara Municipal realizou uma audiência pública para discutir as políticas municipais voltadas para a promoção e atendimento da mulher. Nas galerias e no plenário, muitas representantes dos movimentos das mulheres e autoridades.

Dos 29 vereadores de Teresina sabe quantos estavam presentes? Apenas Paixão e Rosário Bezerra, ambos do PT, autores do requerimento pedindo a realização da audiência pública.

Está vendo, vereador Rodrigo Martins, como a mentira tem pernas curtas?

Teresina merece um novo aeroporto

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Sempre me pronunciei contra o arremedo de reforma que pretendem fazer no Aeroporto Petrônio Portella.

Em primeiro lugar, porque acho que não resolve o problema e vai causar sérios transtornos para quem mora nas proximidades.

Teresina necessita e merece um aeroporto internacional moderno à altura do seu desenvolvimento e não apenas de mais um puxadinho no velho Petrônio Portela.

Os tecnocratas não costumam levar em conta os aspectos humanos da questão. A eles não importa saber que vão mexer com centenas de famílias que criaram filhos e netos naquele lugar.

Pessoas que têm toda uma história de vida morando no bairro Aeroporto e que, de uma hora para outra, se veem ameaçadas de desapropriação.

O mais grave: o senador João Vicente Claudino (PTB) e o deputado Júlio Cesár (PSD) já descobriram que não existe dinheiro para pagar as indenizações aos moradores que serão obrigados a deixar suas casas.

E ai, prefeito Firmino Filho, a prefeitura às voltas com dívidas vultosas deixadas pela gestão anterior, tem dinheiro para pagar o preço justo pelas casas desapropriadas?

Acho um absurdo o argumento de que a construção de um novo aeroporto exige muitos recursos e vai demorar 20 anos.

Diante disso pergunto: para que servem mesmo os nossos deputados federais e senadores, que não conseguem recursos para nenhuma obra estruturante no Piauí?

Enquanto outros estado do Nordeste conseguem portos marítimos, refinarias de petróleo e outros grandes obras, nosso estado tem que se contentar com o Bolsa Família.

Seca e corrupção

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Mão Santa, o governador que fez mais obras hídricas no Piauí

Mão Santa, o governador que fez mais obras hídricas no Piauí

Ontem acompanhei entrevista do deputado federal Osmar Júnior (PCdoB) sobre a seca que castiga o nordestino do semiárido já faz três anos, no programa Revista da Manhã, da Teresina FM, ancorado por Toni Rodrigues e Valci Vieira.

O deputado comunista falou, entre outras coisas, que em muitos municípios falta água para o consumo humano e alertou que as barragens e açudes estão secando. Uma situação realmente dramática.

Homens e animais morrendo à míngua, por falta de água e alimentos. 204 municípios, quase a totalidade das cidades piauienses, sofre com os efeitos da longa estiagem.

Mas, não é apenas a falta de chuva o problema. As elites dirigentes do pais e do estado praticam, tenho dito e repito, um verdadeiro genocídio contra nossos irmãos do semiárido nordestino cuja tragédia, ao longo de 500 anos de história, tem servido para alimentar a famigerada Indústria da Seca e para perpetuar no poder as oligarquias rurais.

Participando recentemente de um debate sobre a convivência do homem com a seca no semiárido, realizado por iniciativa do Ministério Público Estadual, ouvi de um membro da Cáritas do Brasil que mais da metade dos recursos destinados a minimizar os efeitos da estiagem são criminosamente desviados. Não chegam aos destinatários.

Ao longo de séculos nunca houve da parte dos governantes o interesse em desenvolver políticas públicas de efeitos duradouros e permanentes. Ainda hoje, vergonhosamente, se recorre ao carro-pipa e outros paliativos.

O Governo Mão Santa, apesar dos pesares, foi o que mais realizou obras hídricas no Piauí na tentativa de minimizar o drama do sertanejo. Foram construídos grandes reservatórios de água, mas faltavam as adutoras. Veio o Governo Wellington Dias, quase oito anos de administração, e nada foi feito nesse sentido.

Só agora estão sendo implantadas as adutoras para distribuir a água de diversas barragens e açudes para os municípios da região do semiárido, entre os quais o município de Pio IX, um dos mais castigados pela seca inclemente.

Convém ressaltar aqui, por dever de justiça, o empenho do diretor do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, José Rufino, que vem realizando um bom trabalho à frente daquele órgão, mas falta o empenho de outros setores.

Quantos nordestinos ainda precisam morrer de fome e sede para que a União, o Governo do Estado e as prefeituras municipais encarem com seriedade a tarefa de por fim a esse drama vergonhoso, tirando-o das manchetes de jornais?

O principal entrave à solução desse grave problema é uma velha conhecida da sociedade brasileira: a corrupção.

Prosperidade no Chile, corrupção no Brasil!

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Dilma: Medo de perder a popularidade

Dilma: medo de perder a popularidade

 Há uma diferença fundamental entre a política chilena e a política brasileira, que explica porque o Chile exibe números de fazer inveja ao Brasil.

Isso em todos os setores, a começar pela economia que cresce a uma média de 5,8%, com a inflação sobre controle e uma taxa de desemprego baixíssima.

A pobreza no Chile, segundo o cientista político Patrício Navia, pesquisador do Centro de Estudos sobre a América Latina e Caribe da Universidade de Nova York, está em 14% contra 21% no Brasil.

Enquanto o pais andino ostenta o maior PIB da América do Sul, o Brasil não cresce mais que 2% ao ano e as previsões não são nada otimistas para 2014.

O economista Ricardo Amorim acha que a economia brasileira corre risco caso uma desaceleração nos estímulos monetários nos Estados Unidos deflagre um estouro de bolhas de ativos pelo mundo”.

Há também o risco, segundo ele, de a recuperação da economia chinesa ser abortada ou de ocorrer novas crises financeiras na Europa e nos pais emergentes com reflexos negativos em nossa economia.

Se isso acontecer, Ricardo Amorim sustenta que o crescimento do Brasil ficará perto de 0, alertando que nessa hipótese o dólar subirá ainda mais, pressionando a inflação.

E quem mais sofrerá com a volta da inflação? Os assalariados e os mais pobres que votam na reeleição da presidente, conforme as pesquisas de intenção de votos feitas até agora.

A presidente Dilma sabe dessas ameaças, mas temendo a perda de popularidade em ano pré-eleitoral, não adota as providências necessárias para evitar o desastre que se anuncia.

Pelo contrário, o governo está é aumentando suas despesas com programas de caráter nitidamente eleitoreiro para aliciar prefeitos.

E a classe política brasileira, da direita à esquerda, está preocupada com isso, discute essas questões? A resposta é não. Um meia dúzia apenas pensa no interesse público. A grande maioria só está preocupada com sua própria conjuntura. Para eles, o povo é apenas um detalhe.

A direita e a esquerda no Chile, representadas por Evelyn Mattthei e Michelle Bachellet, respectivamente, estão envolvidas numa disputa para saber quem o povo acha que pode distribuir melhor a renda naquele pais.

Lá, diferente daqui, não existem escândalos. O tema recorrente na campanha chilena é o combate à desigualdade social.

Enquanto isso, em nosso país a direita e a esquerda estão envolvidas numa disputa sem trégua para saber quem pratica mais corrupção. É uma vergonha!

 

‘Bom dia a cavalo’, por Dora Kramer

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Publicado no Estadão deste domingo

DORA KRAMER

Como qualquer cidadão, partido, entidade, meio de comunicação, sindicato, movimento, grupos organizados em geral, o PT dispõe de liberdade para dizer o que quiser e sempre fez uso dessa prerrogativa com estridência.

Não raro em contraposição aos fatos, muitas vezes ao modo de maquiagem da realidade ─ como faz, mais uma vez, o ex-presidente Lula da Silva ao dizer que a lei no Brasil “parece que só se aplica ao PT”─, mas é um direito que lhe assiste.

 

Até criou dois países diferentes, o “nós” e o “deles”, para simplificar a conexão com a sociedade, cuja maioria por um bom tempo nem percebeu que os “eles” de ontem estavam perfeitamente integrados ─ para não dizer encastelados – no Brasil que na fantasia petista não tem 513 anos; nasceu em outubro de 2002, com a eleição de Lula para presidente.

Mas, digamos que toda fabulação tenha um limite. Se ultrapassado, expõe os fabuladores ao risco do efeito bumerangue. Ocorre quando suas narrativas, por assim dizer, alternativas, se voltam contra eles próprios.

É o caso da recente ofensiva contra o Supremo Tribunal Federal, acusado por dirigentes e parlamentares de partido de agir ao arrepio da lei. Ora, isso só acontece em regimes de exceção, ditaduras.

Estaria o PT se dando conta de que para defender companheiros presos diz que o país que comanda há 11 anos vive sob a égide de uma Justiça discricionária, situação contra a qual essas autoridades jamais se insurgiram? Ao contrário, compuseram a Corte onde ao menos duas vagas lhes foram franqueadas por aposentadorias antecipadas e dela esperavam uma compensação.

O discurso do PT atual já não ficaria bem se o partido fosse oposição. Sendo situação, soa a autoflagelação tão involuntária quanto imprudente e pouco inteligente.

Um governo reverente à democracia não convive com um Poder Judiciário arbitrário sem que no mínimo faça algum movimento em prol do retorno da instituição à legalidade. Se não faz, compactua ou é submisso a essa deformação.

Vamos à mais recente fala de Lula, que havia prometido nada dizer sobre até o julgamento dos recursos pendentes. A lei aplica-se apenas ao PT? Não condiz com a verdade. À ela: só no processo do mensalão foram condenados integrantes das cúpulas do PTB, PL (hoje PR), dois deputados do PP e um ex-líder da bancada do PMDB na Câmara. Além de assessores de três dessas legendas.

Por outros motivos políticos do DEM foram presos (embora não definitivamente), como o ex-governador José Roberto Arruda ou o ex-senador Demóstenes Torres, cassado pelo Senado e indicado pelo Ministério Público de Goiás por corrupção.

Dois parlamentares recentemente condenados pelo STF, deputado Natan Donadon e senador Ivo Cassol, tampouco pertenciam ao PT. O primeiro foi do PMDB e está sem partido e o segundo é do PP.

Acrescentem-se os vários governadores que tiveram mandatos interrompidos pela Justiça Eleitoral devido a abusos do poder econômico durante as respectivas campanhas. Entre eles um do PSDB.

E por falar em tucanos, está nas mãos do Supremo a ação contra o deputado, ex-governador de Minas e ex-presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, com a perspectiva de ser julgada ainda em 2014. Acusação? Peculato e lavagem de dinheiro.

Por essas e várias outras que a memória não alcança e que mediante pesquisa acurada seriam muitas mais, não se pode dizer que só há infratores da lei no PT. Da mesma forma e por isso mesmo é falso afirmar que a lei no Brasil só vale para o PT.

O que existe, sim, é maior repercussão. Primeiro pela dimensão, segundo pela falta de cerimônia do esquema, e terceiro porque se trata do partido no poder, cuja conquista deu-se em boa medida por uma trajetória construída no altar da defesa da ética e dos bons costumes na política e adjacências.

PMDB e PSDB juntos na sucessão estadual

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Pelas últimas notícias veiculadas na mídia local e nacional, o quadro sucessório estadual já está praticamente definido.

A deputada federal Iracema Portella (PP) será a vice do senador Wellington Dias (PT) e o médico e ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes (PSDB) estaria fechado com o PMDB para ser vice de Zé Filho.

Nesse cenário, Wilson Martins (PSB) disputaria o Senado, não se sabe com quem ainda, pois o empresário João Vicente Claudino (PTB) deixou transparecer em alguns momentos desinteresse na disputa.

Convém também levar em conta a instabilidade emocional do ex-prefeito Sílvio Mendes, que, segundo consta, há um mês atrás, mais ou menos, já estava praticamente acertado com o PMDB e, de repente, surpreende todo mundo com a declaração de que não seria vice de ninguém.

O PSDB só tem a ganhar nessa possível composição com o PMDB, pois, em caso de vitória da coligação, os tucanos assumiriam o governo ao final da gestão de Zé Filho, que não poderia mais disputar a reeleição.

No momento, a composição com os peemedebista é o caminho que conduzirá os tucanos ao poder no estado. Não vejo outra alternativa.

Uma candidatura própria do PSDB tem tudo para não prosperar, levando-se em conta que o partido não tem capilaridade no estado para uma disputa majoritária.

Seus diretórios no interior são quase todos cartoriais, alguns inclusive controlados por lideranças de outros partidos.

Os tucanos só são hegemônicos na Capital e quase perderam essa supremacia na disputa da última eleição contra o PTB de Elmano Férrer. Faltou pouco.

Creio, portanto, que a única dúvida em relação ao próximo pleito é saber com quem o governador Wilson Martins vai disputar ao Senado.

Mas, como ensinava o mineiro Magalhães Pinto, política é como uma nuvem….

Memória 50 anos depois, a questão: JFK seria mito sem a tragédia?

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Reportagem de VEJA desta semana mostra que, a julgar pelas suas ideias e ações, é provável que Kennedy faria o mesmo que Johnson, afundando os EUA no Vietnã e dando apoio ao golpe no Brasil

NA GALERIA DOS EX - Na montagem ao lado, um Kennedy envelhecido por recursos digitais de fotografia foi colocado ao lado de Obama e de ex-presidentes americanos. O grande “se” desafia os historiadores meio século depois de sua trágica morte. O mito JFK existiria hoje se ele não tivesse ido a Dallas ou tivesse saído vivo da Dealey Plaza? As respostas são razoáveis, mas nenhuma é inteiramente satisfatória     NA GALERIA DOS EX – Na montagem ao lado, um Kennedy envelhecido por recursos digitais de fotografia foi colocado ao lado de Obama e de ex-presidentes americanos. O grande “se” desafia os historiadores meio século depois de sua trágica morte. O mito JFK existiria hoje se ele não tivesse ido a Dallas ou tivesse saído vivo da Dealey Plaza? As respostas são razoáveis, mas nenhuma é inteiramente satisfatória      (Montagem sobre fotos de Ap Photos/J. Scott AppleWhite NY Dayle News Archive via Getty Images)

Da mente de escritores e roteiristas surgiu um curioso gênero de ficção, a história alternativa. Em vez de levantar fatos e interpretá-los, a proposta é descaradamente modificar um único acontecimento, manter os demais e imaginar o que teria acontecido a partir desse ponto. Trata-se da brincadeira do “e se…”, que historiadores sérios só fazem entre amigos íntimos. E se os nazistas tivessem vencido a II Guerra? E se Getúlio Vargas não tivesse se suicidado? Nos Estados Unidos, um dos exercícios preferidos é imaginar como teria sido se John Kennedy tivesse sobrevivido ao atentado em Dallas, em novembro de 1963. Elucubrar sobre o que aconteceria nos dias e meses seguintes não seria tão difícil. O americano Bryce Zabel, por exemplo, autor do livro Surrounded by Enemies (Cercado por Inimigos), lançado em julho passado nos Estados Unidos, imaginou que, se estivesse vivo, Kennedy não perderia a chance de se encontrar com os integrantes da banda inglesa The Beatles quando esta fosse se apresentar no programa de TV de Ed Sullivan, em fevereiro de 1964. À medida que o tempo passa e mais episódios vão se somando à narrativa, porém, a história alternativa vira um jogo de adivinhação.

A morte de Kennedy é um dos fatos históricos que mais renderam livros, quadrinhos e filmes que tentam reescrever os rumos dos acontecimentos. No livro Novembro de 63, de Stephen King, recém-lançado no Brasil, um professor viaja no tempo, retornando a setembro de 1958. Cinco anos depois, consegue distrair Lee Harvey Oswald, o “candidato” a assassino do presidente, fazendo-o errar o alvo. Na imaginação de King, Oswald é, em seguida, morto pelo serviço secreto. Kennedy é reeleito em 1964, mas dá lugar em 1968 ao democrata segregacionista George Wallace, que transforma a Guerra do Vietnã em um conflito nuclear. King é um pessimista, assim como Zabel, que em seu livro supõe que Kennedy sofreria um impeachment depois que seus casos de infidelidade, tratamentos médicos e diversos negócios escusos fossem revelados pela imprensa. Outros autores, porém, são mais sonhadores e ingênuos. Segundo James Blight, Janet Lang e David Welch, que escreveram Vietnam If Kennedy Had Lived (O Vietnã Se Kennedy Tivesse Vivido), o presidente tiraria os soldados do Vietnã, domaria a União Soviética e ficaria amigo dos ditadores cubanos. A ideia de que ele faria tudo certo e que a ordem global tomaria um rumo pacífico e harmônico tem sua razão de ser. Ao morrer de forma brusca e ainda jovem, aos 46 anos, JFK transformou-se em um mártir. Para seus admiradores, não há dúvida de que o mundo teria sido um lugar melhor com ele. Daí a noção de que Kennedy teria poupado os Estados Unidos de seu maior fracasso geopolítico, a Guerra do Vietnã. A hipótese só tem cabimento em um universo paralelo. Foi Kennedy quem, de fato, enfiou o seu país na lama do conflito asiático. Além disso, bater em retirada seria um suicídio eleitoral. “Nenhum presidente democrata poderia se mostrar fraco com a União Soviética naquela época. Se fizesse isso, perderia o pleito seguinte na certa”, diz o historiador americano Andrew Wiest. O irmão Robert Kennedy, confidente do presidente e procurador-geral, não deixou dúvidas sobre as intenções de John em uma entrevista (real) concedida em abril de 1964. “O presidente tinha uma razão forte, decisiva, para estar no Vietnã e pela qual deveríamos ganhar a guerra”, disse Bobby. Essa razão era o medo generalizado de que a teoria do dominó se concretizasse: caso o Vietnã caísse nas mãos dos comunistas, todo o sudeste da Ásia teria o mesmo destino.

E, se Kennedy tivesse sobrevivido, teria ele sido contrário ao golpe que derrubou o governo brasileiro de João Goulart, em 1964? Lyndon Johnson, o vice que assumiu a Presidência após a morte de JFK, preparou um reforço militar para o caso de haver resistência à deposição de Jango: um avião carregado com armamentos estava pronto para decolar dos Estados Unidos rumo ao Brasil, se necessário. Não foi, como se sabe. Com Kennedy, não teria sido diferente. Ele estava insatisfeito com a nomeação de comunistas para o governo de Goulart. O brasileiro se declarava contra o embargo americano a Cuba e se aproximou do bloco soviético. Poucos meses após o assassinato em Dallas, em conversas com o historiador Arthur Schlesinger, a viúva Jacqueline Kennedy falou sobre como o marido via o brasileiro: “Ele pensava que Goulart era desonesto. Goulart estava realmente bagunçando tudo, não? Na economia e os comunistas. Acho que ele (Kennedy) pensava que ele (Goulart) era um falso e um ladrão”. Voltar no tempo para salvar Kennedy, mesmo na ficção, não seria a maneira mais convincente de apagar o golpe militar da história do Brasil.

Veja online

Estranho senso de justiça e solidariedade

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O senador Wellington Dias (PT), que mostra-se sensível e solidário ao drama dos “companheiros” presos por corrupção, é o mesmo que virou as costas para as famílias vítimas da tragédia de Algodões.

O fato explorado pelo deputado Mardem Menezes (PSDB) no Facebook revela o estranho senso de justiça e solidariedade do senador petista, que não se sensibilizou com o drama de quem perdeu tudo no rompimento da barragem no município de Cocal.

Deixou todas as famílias entregues à própria sorte, muitas passando fome, mesmo sabendo que foi o seu governo o responsável pela tragédia, quando ordenou, irresponsavelmente, o retorno das pessoas que  moravam próximos da barragem às suas casas.

Na ocasião, um oficial do Corpo de Bombeiros alertou que havia risco de rompimento da parede do reservatório, mas a senhora Lucile Moura, a poderosa dirigente da Emgerpi na época, foi irredutível e disse que o retorno das famílias era uma ordem do governador Wellington Dias.

Os representantes da Associação das Vítimas de Algodões nunca foram recebidas no Palácio de Karnak durante o governo petista, que negou uma mísera pensão de R$ 40 para aquelas famílias, chegando a recorrer à Justiça para não pagar o benefício.

Pois bem, agora esse mesmo cavalheiro tenta sensibilizar a opinião pública, numa ação orquestrada pelo PT, com o intuito de obter dividendos políticos eleitorais no caso dos mensaleiros, presos por determinação do Supremo Tribunal Federal, por crime de corrupção.

Wellington Dias e um séquito de senadores e assessores petistas foram ao presídio da Papuda e choraram no ombro dos companheiros presos, mesmo sabendo que eles, com sua ação nefasta, privaram milhões de desvalidos de assistência, tiraram o leite da boca de crianças pobres, desviaram recursos que poderiam minimizar o sofrimento dos nordestinos que padecem de fome e sede no semiárido nordestino.

Mas, com as vítimas da Barragem de Algodões, pessoas pobres, anônimas e sofredoras, o ex-governador do Piauí não foi capaz de um gesto de solidariedade.

A mudança dos costumes políticos depende do eleitor

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Político é bicho dissimulado, mentiroso profissional, mente até quando não é preciso.

Geralmente tem um discurso e uma prática conflitante. Nunca fala o que sente e nunca diz o que pensa, verdadeiramente.

Ainda assim muitos deles se elegem e reelegem com facilidade, mesmo quando suas contradições e incoerências são expostas publicamente.

Não são todos que possuem o perfil acima descrito, evidentemente, mas a grande maioria, seja de direita, de centro ou de esquerda.

A rigor, os políticos são dúbios e ambivalentes em seus posicionamentos, geralmente de cunho demagógico e oportunista.

Faz qualquer coisa pelo poder e quando o alcança esquece todas as promessas feitas aos eleitores.

Tem deles que até pedem para que esqueçam o que disse ou escreveu.

Para se livrar dessa fauna, o eleitor tem que estar atento e verificar com atenção o prontuário do candidato, seus antecedentes, conhecer a sua vida pregressa, sua descendência, enfim, se assegurar de que o sujeito que está lhe pedindo o voto não é um ficha suja ou candidato a.

Falamos de trânsfugas e carreiristas. Será que os temos no Piauí? Ou nossos homens públicos, ao contrário dos políticos de outras regiões do país, são verdadeiramente abnegados defensores das causas populares, incorruptíveis e comprometidos com o interesse coletivo?

Estamos às vésperas de mais um pleito eleitoral e é oportuno fazer essa reflexão.

Aqui fala-se muito em respeito ao calendário eleitoral, condena-se de público as campanhas extemporâneas, falam que ela prejudica a democracia e a administração pública. Primeiro sinal de que nossos políticos mentem tanto quanto os de outras regiões.

Quem não é daqui e ouve esse discurso fica inclinado a acreditar que no Piauí estamos anos luzes à frente dos americanos e europeus em matéria de política.

Todos sabemos, no entanto, que a sucessão estadual está em debate faz tempo, que o contato com o eleitorado é feito às escâncaras.

Os conchavos e conluios ganham as páginas dos jornais. A troca de cargos por apoio político rola solta aqui e em Brasília. Anuncia-se reforma administrativa às vésperas da eleição.

Isso é ou não é campanha antecipada? Só o Ministério Público Eleitoral não vê isso.

Apesar dos pesares, os piauienses certamente não terão dificuldades de fazer suas escolhas nas urnas, afinal todos os nomes postos até agora como possíveis candidatos ao governo e ao Senado, pelo menos, são bastante conhecidos.

É só o eleitor verificar quais os que vestem o figurino aqui traçado e eliminá-los da disputa. Não se trata de tarefa difícil de realizar.

Nem xisto, nem fracking. Todos contra o 12º leilão de petróleo e gás! Essa luta também é sua!

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Governo brasileiro quer implementar o xisto e o fracking no Brasil a partir do 12º leilão de petróleo e gás, marcado para 28 e 29 de novembro. A campanha Todo Petróleo Tem que Ser Nosso e diversos movimentos ambientalistas lutam contra o polêmico e perigoso fracking. Participe desta luta conosco! Vamos barrar a 12ª rodada de leilão de petróleo e gás!