Rebeldia pode mudar rumo da eleição

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As interpretações sobre o imbróglio entre os deputados federais do PMDB, liderados por Eduardo Cunha, e o governo da presidente Dilma Rousseff, sãos as mais diversas, mas os analistas convergem num ponto: trata-se de uma lição explícita de fisiologismo.

Todos sabem que a relação da presidente com sua base aliada tem como lema a famosa oração de São Francisco – “…é dando que se recebe”. A partir do momento em que Dilma Rousseff reduziu a participação do PMDB em sua administração, na reforma ministerial, era natural a reação do seu principal aliado.

Setores da imprensa, simpáticos ao governo, acusam o deputado Eduardo Cunha de prestar um desserviço ao país, o que não faz o menor sentido. Pelo contrário, a rebeldia dos peemedebistas está ajudando os brasileiros a terem uma melhor compreensão de como funcionam as coisas nos bastidores do poder.

No campo eleitoral, ainda que a presidente consiga aplacar a insatisfação de seus aliados fazendo concessões, o estrago está feito e dificilmente será revertido. Boa parte dos deputados do PMDB e de outros partidos aliados tende a apoiar os candidatos da oposição – Aécio Neves e Eduardo Campos.

Dilma Rousseff, que transita em todos os partidos da base com a sutileza de um elefante numa casa de louças, fez o jarro em pedaços com sua postura arrogante. Juntar os cacos é tarefa impossível, até mesmo para o ex-presidente Lula, hábil articulador.

Além desses tropeços políticos, o governo petista reza com fervor para que não aconteça um apagão, o que não está descartado, e que será desastroso se acontecer às  vésperas da eleição.

Afora isso, o fantasma da inflação ronda a economia brasileira. A Petrobrás, em situação crítica, apesar da propaganda em contrário, poderá detonar o processo com o aumento no preço dos combustíveis, ainda este ano.

Insatisfação na base de sustentação do governo, possibilidade de apagão, racionamento de água nos grandes centros urbanos e a possível volta da inflação são fatores que podem decidir a eleição presidencial.

Um comentário sobre “Rebeldia pode mudar rumo da eleição

  1. O PT continua tratando o parlamento nacional com a velha tática dos partidos fisiologistas da política brasileira de sempre. A concessão e a compra de favores através de benesses nada morais. Pensávamos que o PT reafirmasse, no poder, as deliberações dos seus congressos nacionais, o de tratar o parlamento de maneira nova. E para combater os parlamentares fisiologistas, uma receita simples, ou seja, usar as massas populares para pressionar um congresso nacional acostumado com as barganhas pessoais advindas do poder instituído. O PT se tornou um partido igual aos outros.

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