O acidente aéreo registrado na noite da última segunda-feira em Teresina reforça a tese daqueles que advogam a construção de um novo e decente aeroporto fora do perímetro urbano, em condições de receber grandes aeronaves.
O velho e acanhado Aeroporto Petrônio Portela ficaria reservado para vôos domésticos, pequenos aviões que funcionam como táxi aéreo, reduzindo-se com isso os riscos de uma tragédia maior envolvendo grandes aeronaves.
Lembro que o governador Wilson Martins e sua equipe chegaram a apontar duas ou três áreas na zona rural de Teresina em que daria para se construir um novo aeroporto.
Mas nossos representantes na Câmara e no Senado descartam a ideia argumentando que a não há recursos para a construção de um novo aeroporto e que isso levaria mais de 20 anos.
Preferem fazer um arremedo de reforma que vai criar transtornos para centenas de famílias que moram em bairros próximos do aeroporto, muitos há mais de 50 anos.
Uma reforma que logo estará superada pelo crescente fluxo de passageiros, exigindo em pouco tempo novas intervenções e novas desapropriações no entorno do Petrônio Portela.
Será necessário que ocorra uma tragédia, com um avião de grande porte caindo sobre as casas, para que a nossa classe política perceba que não é mais seguro manter o aeroporto no meio de uma área densamente habitada?
Ou se constrói um novo aeroporto fora do perímetro urbano ou se evacua toda a área compreendida pelos bairros Mocambinho, Itaperu, Nova Brasilia, Parque Alvorada, Aeroporto, Matadouro, Acarape e outros mais.
Seria possível isso? Claro que não. E não se melhoraria a segurança com a simples remoção das casas coladas ao muro do aeroporto.
Que o acidente de ontem sirva de alerta para aqueles que insistem na reforma do Petrônio Portella em lugar da construção de um novo aeroporto, distante de áreas residenciais.
Uma coisa fica cada vez mais clara. Nossos representantes na Câmara e no Senado estão preocupados com o desenvolvimento do Piauí apenas na retórica vazia de discursos feitos para enganar os incautos.
Qual a grande obra estruturante que esses cavalheiros viabilizaram em nosso estado com recursos do Governo Federal?
O senador Wellington Dias, que se gaba de ser amigo de Lula e Dilma, passou quase oito anos no governo do Piauí, e não conseguiu trazer uma só obra de grande porte para o Piauí.
Enquanto outros estados do Nordeste conseguem portos marítimos, refinarias de petróleo, ferrovias e outras grandes obras, nosso estado fica com as sobras do banquete oficial. Tem que se contentar com o Bolsa Família.
O Porto de Luís Correia já tem quase 100 anos e não é concluído porque não é prioridade para o Governo Federal e muito menos para nossos (?) representantes federais, que estão preocupados apenas com obras paroquiais frutos das malfadadas emendas parlamentares.
Com uma representação federal medíocre e descompromissada como a nossa, fica realmente difícil trazer obras estruturantes para o Piauí.
Acho até que estão sendo generosos quando dizem que a construção de um aeroporto dura em média 20 anos. No Piauí, tomando como exemplo o Porto de Luis Correia, um Aeroporto Internacional deve demorar mais de 100 anos para ser concluído.