Debate-se neste momento o colapso do atendimento de urgência e emergência no HUT, que não consegue mais atender a grande demanda de pacientes oriundos do interior do Piauí e de outros estados como Maranhão e Pará.
O vice-governador Zé Filho (PMDB), o prefeito Firmino Filho (PSDB) e presidente da Fundação Hospitalar de Teresina, Aderivaldo Andrade, defendem a reabertura do Pronto Socorro da HGV como forma de desafogar o HUT, mas alguns especialistas discordam e consideram um retrocesso a medida.
O médico Carlos Iglézias, diretor do hospital, e o governador Wilson Martins, que é neurologista e conhece bem o funcionamento do HGV, acham que a reabertura do Pronto Socorro não resolverá o problema do atendimento de urgência e emergência.
A solução, segundo eles, está no pleno funcionamento do Hospital Universitário e na ampliação do HUT.
Confesso que cheguei a ver com simpatia a proposta de reabertura do Pronto Socorro do Hospital Getúlio Vargas, mas depois de ouvir as palavras do médico Carlos Iglézias e do próprio governador Wilson Martins, mudei de ideia.
Principalmente depois de saber que o HGV tem uma fila de espera com mais de 5 mil pacientes à espera de cirurgias, situação que certamente se agravaria com reabertura dos serviços de urgência e emergência naquele hospital.
Considero louvável a preocupação do vice-governador com o caos que tomou conta do HUT, mas acho que a questão deve ser amplamente debatida com especialistas, que tenham uma visão sistêmica do setor de saúde e possam contribuir para a solução do problema.
A simples reabertura do Pronto Socorro não resolve e ainda prejudicará o funcionamento do HGV como hospital eletivo.
Uma vez, antes do fechamento do Pronto Socorro do HGV, ouvi da médica Joana Zélia Arcoverde, então diretora do hospital, que a solução para esse problema seria o redimensionamento da rede de saúde pública, tanto da capital como do interior do estado, com a implantação da urgência e emergência no maior número possível de hospitais de bairros, para atender casos de pequena e média complexidade, bem como no maior número possível de hospitais do interior, não apenas nos regionais.
O governo Wilson Martins deu um passo importante nesse sentido. Reestruturou e equipou alguns hospitais regionais para atendimento de urgência e emergência e isso já reflete na diminuição do fluxo de pacientes do interior para Teresina.
Se tiver continuidade essa política poderemos em breve comemorar o fim do sofrimento das pessoas atendidas pelo programa da “ambulancioterapia”.
A prefeitura de Teresina investiu muito em saúde à época do prefeito Sílvio Mendes, mas é necessário ampliar a rede de atendimento e melhorar o funcionamento dos hospitais municipais.
Outro passo importante seria nossas lideranças políticas somarem esforços com o reitor da UFPI, Arimatéia Dantas, no sentido de fazer com que o Hospital Universitário funcione plenamente.
Com essas medidas e mais a ampliação do Hospital de Urgência teríamos com certeza uma sensível melhora no atendimento de urgência e emergência em Teresina. Vamos torcer para que isso aconteça.